Desde os 12 anos de idade corto meu cabelo. Uma até duas vezes por ano.
Quem o cortava antes disso, era meu Pai pra toda obra. (Gente, meu pai é sapateiro, pedreiro, corta o cabelo, eletricista, encanador, toca violão, sanfona, teclado, bateria, compõe música, pitava, pintava as paredes, e ainda bebia, quebrava as coisas e ainda fazia os sofás de alvenaria, e casas de placa, e ainda reformava sofá, é claro além de costurar e inventar coisas - ele tem mais funções do que as Facas Guinsu e o Canivete do Mc Guiver juntos). Já sei de onde tirei tanta habilidade!!!!


Sem mais nada a pensar ou tempo
a perder, tomava em mãos uma tesoura qualquer e com os cachos em outra mão, recortava, cortava, tirava e soltava o peso que me incomodava tanto...
E quando termino de cortar, e venho com a câmera, já me sinto outra pessoa, uma outra energia me envolve e me renova...
Um peso de milhares de pedaços de fios se vão...
Muitas histórias, muitos calores, e odores...
Muita inspiração e transpiração passaram por estes fios que agora caem ternos e gratos pelo trabalho de embelezar minha cabeça.
Já cheguei a cortar, muitas vezes por querer mudar algo, mas não sabia o que era que me inquietava tanto. E então, em um rompante, acabava me olhando no espelho e percebendo aquele peso sobre meus ombros e algo que me deixava triste e
inconsolada.


Muitas vezes, quanto acabava de cortar, assustava, pois ficava realme
nte perfeito. Passados alguns dias, começava a descambar e, para me distrair das frustrações, usava como acessório touquinhas. (A explicação para os amigos - não conte a eles - era de que eu estaria com frio nas orelhas!!!rsrsr... Mas a touca ainda ajudava a manter os fios rebeldes mais lisinhos e assim, menos rebeldes!!!, lógico!!!)
E ao terminar de cortar meus ex-cabelos, pousei, pousei e repousei para as fotos... Fotos que geralmente eram bem mais cômicas, e neste ensaio, descobri quão sensual eu sou!!!
Mereço muito ser feliz...
E quero sim, ser feliz...
e encontrar minha Algema!
ALGEMA
Não haveria Passárgadas
Nem Ítacas
Nem conquanto Agoras
Nem Campos Elísios...
Now and here...nowhere…
Não haveria céu nem mar
Ou cachoeira ou luar...
Só haveria de haver
Eu e Você.
Luna Poética – Novembro/2001
ALGEMA - PARTE 2
quando eu for de fato
algemada
requisitarei
todos os meses
o direito de usar o telefone
e pedir flores
para enviar para
a minha amada...
(Lucia - Morena Sosa Luz)
Ficou lindo. Mas não deixa tão arrumadinho, dá uma boa bagunçada nele, pra soltar os cachos.
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