TEXTO PARA O 42° SARAU GOTAS
POÉTICAS 26 DE JUNHO DE 2014.
CONVIVÊNCIA
“Convivência,
do Latim convivere, ato ou efeito de
conviver, viver em comum com outrem, em familiaridade, em intimidade.
Habituar-se aos poucos, com serenidade, a um mal de qualquer natureza. Trato
diário.” Estes são os termos do Aurélio em sua 36ª impressão. São apenas alguns
dos sinônimos desta arte – A ARTE DA CONVIVÊNCIA.
Conviver
é primeiramente um grande aprendizado. E eu pergunto: Como viver em comum com
algo ou alguém quando não se conhece a si mesmo?
A
convivência começa com a compreensão de seus próprios limites e medos, para
assim, buscar viver em comum com outrem. É um convite, um conectar a si mesmo.
É resgatar seu eu, e conquistar uma vida harmoniosa, com sua família, com seus
amigos, com colegas de trabalho, com alunos, sem deixar que seus próprios
julgamentos ajam contra esta convivência. É deixar o medo de não ser aceita, e poder
arriscar sua própria autonomia. É brincar como criança e se permitir ouvir as
histórias delas. E receber a benção de sorrir com elas. É se deixar contaminar
pela alegria de ter um animalzinho de estimação, quando noutro momento, na
infância isso era proibido. É plantar uma folha de violeta e vê-la brotar, após
cuidados básicos, e vê-la florir um pouco mais tarde. É não gritar nem matar
uma lagartixa que surge e te assusta ao apagar das luzes...
Tem
muitas maneiras de conviver. E às vezes é duro!
“É
habituar-se aos poucos, com serenidade, a um mal, uma doença, um vício, uma
situação de abuso ou violência, quando não há outras maneiras de ser. É
inclusive, se fechar num quarto em depressão. Em todos esses exemplos, é a ARTE
DE CONHECER A SI MESMO que pesa mais. É buscar ajuda e conviver com o terapeuta
intruso, que o ajudará a buscar possíveis soluções dentro de si mesma... É conviver
com o espelho, e por mais que ele te critique, buscar aquele sorriso perdido
nele, resgatá-lo e deixar saltar pra
fora...
É
viver com perdas irreparáveis...
E,
para viver bem consigo, é preciso, muitas vezes, rever suas prioridades... É
deixar ir, pessoas - amigos inseparáveis... É deixar vir a tona aqueles
momentos memoráveis vividos com eles... É terminar uma relação afetiva, íntima
e conviver com as feridas que doem e cegam a alma... É deixar que o tempo apague
os momentos ruins, e deixar que o mesmo transmute suas dores, em perdão...
É
conviver com música clássica em sua mente e assoviá-la para alegrar o
ambiente... É saber se calar, observar e falar quando for preciso... É saber
ser humilde e reconhecer seu lugar naquela mesa... “E saber contar contente o
que fiz de manhã.” É fazer novos amigos (dentro da própria família) e com eles
viver novos e melhores momentos... É obter com eles ganhos imensuráveis... Em
histórias que serão lembradas pro resto da vida...
É
aprender a virar as páginas de um livro, com a certeza de ter entendido bem cada
lição... É deixar essas lições reverberarem em sua mente formando novos
pensamentos, se sentir diferente e melhor para poder galgar outros degraus em
busca de sua nova essência, para poder de fato realizar uma convivência
harmoniosa consigo e com todo o universo.
Conviver
é tudo isso e muito mais... Basta olhar ao lado e perceber quão grande pode ser
cada momento passado, presente e futuro, ao lado de quem se ama...
Obrigada pela convivência hoje,
comigo,
Lucia Morenna, 26 de Junho de 2014.
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