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sábado, 4 de abril de 2009

Professora eu sou, com muito orgulho, com muito amor!!! mas...

Bom, se eu tivesse voltado pra casa ontem (02/04/09) depois do trabalho à tarde, eu teria voltado com dores de ouvido e de cabeça, meu ouvido direito estava zunindo, e eu estava zonza de raiva; raiva esta, passada durante os minutos iniciais e finais da aula. Iniciais, pois se trata de aula após o recreio, momento em que os alunos e alunas ficam completamente ensandecidos, parecendo que o mundo de brincadeiras e correria se acaba pra sempre e vai demorar muito pra voltar e (em seus pensamento e ações) “queremos continuar na baderna (derrubam carteiras), na brincadeira exagerada (correm uns atrás dos outros dentro da sala), no lanche cheio de gorduras saturadas (continuam mastigando seus salgadinhos e bolachas recheadas e mostrando todo o processo inicial de digestão destes subalimentos)”. Minutos finais, pois a hora de ir embora se aproxima a cada segundo e estamos cansados de tanta preguiça, de tanto dever, de tanto pensamento!!! Mas como eu havia dito no início, se eu tivesse voltado pra casa ontem, pois não voltei! Não consegui. Pegar ônibus, ver gente no meio do caminho, ter que sorrir e dizer que está tudo bem, em alguns casos. Ia pra casa e voltaria à escola mais tarde (`a noite) pra mais 4 horários com a esperança de que seriam bem menos estressantes ou, de que não fosse nicho para futuras doenças. Venho lecionando à menos de cinco anos e a cada dia que passa, dias ruins, fico pensando com maior convicção de que não sirvo pra isso. Lidar com educação é bom, mas com pessoas educadas. Lidar com educação, porém com pessoas sem um mínimo de educação de berço, um mínimo de respeito, isso sim, é castigo pra quem jogou um comboio de caminhões cheios de brita na cruz. No entanto, o que eu tenho feito, e o que vou fazer. Tudo isso não passaria de castigo, se eu não pensasse e propusesse mudanças de atitude em mim e naqueles com quem lido dia-a-dia. No mesmo dia, ao anoitecer, ao lado de um lindo pé de manda, me propus a mudar e ver onde estão os piores erros, e tentar arrancá-los de vez do pomar da boa educação, do berço. Bem, convenhamos, todo erro tem um local em que se enraíza e por ali vai criando brotos e se espalhando, creio que começa bem perto do berço, em um local onde o indivíduo tenha e sentido um pouco de inveja, e esta não foi devidamente dissipada, ou em um cantinho de carência, que posteriormente não foi preenchido, ou então recebeu tanta atenção que agora não sabe viver se não for pelo egocentrismo. É triste. É dolorido, às vezes, principalmente quando se trata de uma parte tão sensível (o ouvido) do corpo. Mas tudo neste mundo é passível de solução. Seja se entregar ao alcoolismo e à depressão desistindo de tudo até da própria vida que, ao seu ver é um total fracasso. Seja a desistência e opção por outro tipo de profissão, talvez menos barulhenta. Seja desencadear um monte de projetos engavetados, por falta de motivação ou de um problema a ser resolvido. Bom, sem pensar, opto pela primeira. Depois vou pra terceira opção, talvez a mais sensata para alguém que ainda acredita em qualidade de ensino. E se depois de uns 6 meses, se continuar não dando certo, aí, não penso mais, vou direto pra segunda opção, pois já existiu um Jesus Cristo que foi pregado na cruz e que não desistiu de seus irmãos e é pra isso que existe o bom senso.

Tchau... queridos...

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